O Hospital Regional do Sudeste, denominado Geraldo Veloso, alvo de muitas críticas pela forma extemporânea de sua inauguração pelo governo do Estado, merece considerações do jornalista Ademir Braz. O que ele diz:

No início de 2002, quando lançou a candidatura do seu secretário especial Simão Jatene, como seu sucessor, Almir Gabriel declarou numa entrevista à TV Cultura, reproduzida pelo jornal O Paraense (montado pelo Ronaldo Brasiliense – sim, senhor! – para defender Almir e dar sustentação a Jatene) que o então ministro José Serra havia liberado R$ 5 milhões para a compra de equipamentos para o Hospital Sarah de Belém, de propriedade do Estado. Segundo Lúcio Flávio Pinto, o terreno no qual foi construido o hospital “está cadastrado na gerência regional do Patrimônio da União”, em nome da Enasa, sendo que “a transferência desse terreno para o Estado do Pará não foi concluída por falta de peças técnicas”.

Por conta desses detalhes, O Sarah de Belém continua a ser apenas uma ficção. O que tem isso a ver com nosso Hospital Regional é que, num e noutro caso, a saúde pública no Estado vem há pelo menos 12 anos sendo construída sobre inverdades.

Em Marabá, todos sabíamos (e a imprensa cansou de dizer isso!) que o HR só iria trazer problemas. Primeiro, porque nesta região carente até de posto de saúde o conceito de “hospital de média ou alta complexidade” não foi esclarecido como deveria (tal qual estão nos devendo esclarecimentos sobre os custos reais da sua desapropriação e construção). Até hoje a população não sabe a que se destina o HR nem lhe foi dito em que circunstâncias o paciente pode ser atendido, fugindo da precariedade do Hospital Municipal (outro caso empurrado com a barriga, tal qual o Materno-Infantil, que o Tião Miranda vai deixar para o próximo prefeito, caso este não venha a tratar a saúde com a má-vontade demonstrada por aquele).Segundo, porque em Belém, como aqui, esses equipamentos públicos foram tratados a toque de caixa, a bumbo eleitoreiro, fato consumado a empurrar-se goela abaixo de doentes carentes e sadios que com nada se importam, muito menos com a gestão do dinheiro público.`

Por essas coisas, alguém tem de ter a coragem de dizer a cardíacos, neuróticos, traumatizados e violentados (fisicamente, porque moralmente já o foram todos) que ARAGUAINA NÃO É AQUI, TEREZINHA NÃO É AQUI, e a parada das ambulâncias para esses destinos mais humanos fica no privatizado terminal rodoviário da Folha 32.

Um abraço do seu guru de “alma pura”,

Ademir Braz