A eleição 2016 foi uma das mais atípicas do Brasil.

A primeira sem o financiamento de empresas privadas; a primeira a ter o tempo de campanha reduzido de 90 para 45 dias; de ter o tempo de rádio e TV também reduzidos; de instrumentos de propaganda proibidos, como os famosos cavaletes, dentre outros.

O corpo-a-corpo foi uma das principais estratégias de conquista do eleitor. Foi uma eleição em que o eleitor foi para as urnas incrédulo com os políticos que governam os municípios paraenses.

Tanto que foi a eleição com maiores índices de votos nulos.

Foi uma eleição vivenciada dentro de uma conjuntura de turbulência política, de avalanches de denúncias de corrupção, de escândalos, de prisões de políticos, de mudanças no cenário político e econômico brasileiro.

Tudo isso criou uma forte insatisfação com toda a classe política.

Nesse contexto incomum de outras campanhas, a pesquisa eleitoral transformou-se num instrumento de marketing; e não mais num instrumento de planejamento de campanha.

A Doxa participou intensamente desse processo.

Fazendo um balanço geral, a Doxa realizou 138 pesquisas em 60 municípios do Estado do Pará.

Desses 60 municípios em que foram registradas as pesquisas, 85,0% ficaram dentro da margem de erro, isto é, se aproximaram das urnas. Apenas 15,0% ficaram fora da margem. E sete pesquisas foram impugnadas pela Justiça Eleitoral a pedido das oposições.

 

Ressalte-se que a DOXA fez pesquisas para 12 partidos, distribuídos nos 60 municípios pesquisados. O PMDB foi o partido que mais contratou os serviços da DOXA, 25% do total dos 60 municípios. Depois veio o PSDB, 20,0%. O PSD e o PT ficaram em terceiro lugar como os partidos que mais consumiram os serviços de pesquisa da DOXA, ambos com 10,0%. Os demais partidos que contrataram as pesquisas DOXA foram PROS, PTB, PSC, PSB, PR, PPS, PDT E DEM.

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Do total das 138 pesquisas realizadas pela DOXA, 33,3% foram contratadas pelo PMDB; 15,2% pelo PSDB; 11,6% pelo PT e 10,9% pelo PSD. As demais foram distribuídas entre os partidos PROS, PTB, PSC, PSB, PR, PPS, PDT E DEM.

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SÉRIE HISTÓRICA DA REELEIÇÃO NO PARÁ

A eleição de 2016, no Pará, mostrou o maior índice de alternância de poder. A taxa de renovação ultrapassou a 69%. Desde a instituição da reeleição no Brasil (primeira reeleição para prefeito foi em 2000) a alternância de grupos políticos no poder é bem maior do que o continuísmo. Desde 2000 até 2012 a diferença vinha sendo equilibrada; no entanto, as eleições de 2016 mostram que a insatisfação com os governantes foi muito maior. Dos 109 prefeitos que tentaram defender seu mandato, isto é, disputaram a reeleição, 69,0% foram derrotados nas urnas; enquanto que apenas 31,0% conseguiram se reeleger.

Pior, ainda, para os 34 prefeitos que já tinham sido reeleitos e que nestas eleições (2016) indicaram seus sucessores. 71,0% não conseguiram fazer seus sucessores; apenas 29,0% conseguiram essa proeza. Esse índice só perde para o pleito de 2008, em que 80,0% dos prefeitos ocupantes do cargo não fizeram seus sucessores. Nas eleições de 2012 o índice de prefeitos que conseguiram fazer seus sucessores foi o maior de todos, 39,0%.

(Texto: Assessoria de Imprensa Doxa)