Levantamento feito pelo blog junto a Receita Estadual e Segfaz, analisando relatórios  dos índices de arrecadação do município de Marabá nos últimos quartorze anos, revela dados assustadores-  que ninguém, até hoje, teve o cuidado de prospectar, para entender  o estancamento de investimentos próprios do município.

De 2002 a 2010, a atividade guseira  gerava para os cofres municipais média anual de R$ 16 milhões.

O Distrito Industrial tinha em seu território onze usinas siderúrgicas – cerca de 22 altos fornos.

Dinheiro que entrava através do pagamento de ISS, alvará  e outros impostos recolhidos pelas terceirizadas do setor industrial.

A média encontrada já desconta a desvalorização da moeda, no período.

Nos últimos quatro anos, a arrecadação caiu, em relação àquele período áureo, quase 30% – não obstante  a Secretaria de Gestão Fazendária esteja lutando para, pelo menos, amenizar a queda significativa, embora esteja claro que os valores absolutos de cinco anos atrás jamais serão alcançados, caso não haja um  recrudescimentos de novos empreendimentos na área industrial e comercial.

Cálculos efetuados pelo amigo  João Rangel, economista que me auxiliou na pesquisa, analisando relatórios e boletins de arrecadação dos últimos 14 anos.

O pico de arrecadação originário da atividade guseira durou exatamente oito anos, de 2002 a 2010.

Com a desativação  em ritmo crescente dos alto fornos, além da queda de arrecadação própria do município, ladeira abaixo se contabiliza mais de 12 mil empregos, diretamente contratados das guseiras e suas terceirizadas.

A situação atual, com o fechamento dos últimos altos fornos da Sidepar e, provavelmente,  Ibérica, só vem reforçar a luta travada pelo ex-secretário de Indústria, Comércio e Mineração – Ítalo Ipojucan (atual presidente da ACIM) para aprovação da Lei de Incentivos Municipais, que a obteve através da lei aprovada na Câmara e sancionada pelo prefeito João Salame.

Foi graças a nova legislação que Marabá ganhou dois empreendimentos geradores de  arrecadação: Correias Mercúrio (em fase de instalação) e a  Havan.

Novos empreendimentos, essa a saída para o município voltar a ter arrecadação própria às altura de suas demandas.

E é sobre esse tema,  e outros, que o titular do blog agendou entrevista com Ítalo Ipojucan.

Vamos debater os caminhos que restam para Marabá fomentar novos empregos e gerar arrecadação ao município.