Uma execução bárbara de um morador de rua, em plena praça da República, um dos locais nobres de Belém. deixou a população chocada.

Dois homens, usando capacete, perseguiram a vítima  até próximo um posto da Guarda Municipal, e ali dispararam tiros mortais.

Um corpo ficou, lá, estendido no chão.

Em toda confluência do logradouro, o medo, pavor e indignação.

Ninguém viu o rosto dos executores.

Até início desta madrugada, a identidade da vítima, também desconhecida.

Alguns minutos depois do ato criminoso, as redes sociais ficaram encharcadas de lamentações, pessoas abatidas emocionalmente diante da barbárie – registravam suas emoções.

Como se Belém estivesse sitiada.

E, averiguando os registros diários de crimes na capital dos paraenses, não se pode negar esse status de “cidade sitiada”.

A jornalista Franssinete Florenzano registrou o crime, logo depois em seu blog, da seguinte forma:

 

Há cerca de uma hora, uma saraivada de balas aterrorizou os moradores e frequentadores da Praça da República, em Belém do Pará. Um homem tombou, executado por sete projéteis. O local belíssimo, que guarda o Theatro da Paz, o Teatro Waldemar Henrique, o Núcleo de Artes da UFPA, o Bar do Parque, coretos,  obeliscos, fontes e árvores seculares, virou palco sangrento.  Quase todas as noites são ouvidos estampidos e gritos. 
Dirão que se trata de acerto de contas entre bandidos. E quantos inocentes passantes já não foram mortos por balas perdidas? Não é possível calar ante tanta violência. Precisamos da praça como um lugar para todo mundo ser feliz, em paz, com o direito humano e de cidadania ao ir e vir em segurança, direito de sentar num banco e contemplar as flores e o verde e as obras de arte. De caminhar sentindo o vento, o orvalho e o cheiro da terra molhada. De ver e viver a vida!
Em seu perfil no Faceboook, Lívia Conduru Gurjão Sampaio narrou a vivência, em seu entorno, do início de noite carregado de violência:
Eram dezoito horas e poucas frações. Estávamos entre amigos e familiares lanchando. Conversávamos animadamente. Ao longe sete tiros. Eu e Fernando nos entreolhamos. Ninguém mais percebeu. A conversa seguiu. Eu e ele fomos até a janela. Correria entre os poucos que ainda circulam na praça. Uma pessoa corre e cai no mesmo lugar em que a Íris costuma passear pelas manhãs e fins de tarde. A guarda municipal chega. A pessoa do gênero masculino ainda se mexe. Não dá para saber o que aconteceu daqui do 16º andar. Só sentimos medo e uma puta sensação escrota no peito. A vida no entorno parece seguir. Não mais a daquele sujeito, agora já coberto às dezenove horas. Centro da cidade. Polícia perto. Imagina o que acontece onde a iluminação pública inexiste […]. Enquanto a maioria da população seguir sem o básico, sem o mínimo de dignidade para existir, seguiremos todos sobreviventes. Medrosos e açoitados. Não, bandido bom não é bandido morto.
Do alto de seu apartamento, Lívia Conduru Gurjão Sampaio registrou imagens da cena do crime, numa praça pouco frequentada naquele horário.