O que já se sabia, foi confirmado por laudos gabaritados produzidos pela Universidade do Pará: o rio Pará encontra-se contaminado de metais tóxicos.

Resultados dos exames  do Laboratório de Análises Químicas da Universidade Federal do Pará não deixam mais dúvidas.

Foram recolhidas amostras de 90 pessoas residentes em nove comunidades, colhidas entre 2015 e 2016.

Algumas dessas pessoas podem estar com sérios problemas de saúde, devido à presença de metais no organismo, já que alguns dos elementos são cancerígenos.

Agora será necessário levar os resultados a um médico,

Tudo pode indicar um cenário ainda mais preocupante após sucessivos desastres ambientais em Barcarena.

Os exames foram entregues no salão paroquial da igreja de São João Batista, em Vila do Conde.

As comunidades que participaram do estudo foram Peteca, Arianga, Acuí, Curuperé, Canaã, Bairro Industrial, Maricá, São Joaquim e Murucupi. Moradores dessas áreas vêm, desde 2007, em disputas judiciais para indenizações pelos danos ambientais, individuais de saúde e remanejamentos.

Posteriormente, Vila do Conde e as comunidades Burajuba e Castanheira se uniram nas ações coletivas.

Devido às dificuldades orçamentárias do laboratório da UFPA, os resultados dos exames só saíram agora.

Pelo menos cinco pacientes morreram entre a coleta das amostras de cabelo e a divulgação.

A coordenadora do laboratório, professora doutora Simone de Fátima Pereira (foto), chorou ao lembrar dos pacientes que não sobreviveram. Se recompôs e destacou que os exames são um ponto de partida para medidas diversas.

Tanto jurídicas quanto na assistência à saúde.

Nas amostras de cabelo, já foi possível constatar a presença de 21 metais.

Desses, 20 estão em níveis muito superiores aos desejáveis ou normais.

Tanto metais essenciais quanto tóxicos.

A principal preocupação foi com os índices de alumínio, que chegaram a 27 vezes acima de níveis normais.

É um metal tóxico.

Já no sódio, metal essencial, foi encontrado até 52 vezes acima do desejável.

Resultados não indicam apenas que a população tem ingerido comidas salgadas demais.