Quem reclamava a falta de barzinho temático na orla de Marabá, agora não tem motivo para lamentações. O Barracão – Papo de Boteco, agora é a nossa praia. Não importa se no inverno ou verão.
O Barracão – Papo de Boteco, é um revival.
Uma recuperação, um retorno, um fazer reviver de forma nova e diferente algo que está distante. Não muito distante, mas geralmente distante.
E de frente pro rio, como ficavam todos os barracões à beira do Tocantins. À beira de nosso rio, que foi a nossa estrada, por muitos anos, embarques de vidas, na memória e nos registros da gente, de gente simples e resolvida. Este Barracão, reencontrado, é o nosso papo de boteco.
Como revival, o Barracão – Papo de Boteco, aciona o motor sentimental, provocando reflexões, regenerando o passado, numa relação real entre o que foi e o que é.
Um jeito cultural de lembrar nossos barracões de castanha, o paneiro, saco encauchado , pás,cofos, de onde exalavam cheiro de cupuaçus, trazidos da mata, sobre a castanha espraiada no barco.
À beira do Tocantins, o Barracão nos espera, cheio de histórias & estórias.
No Barracão, eu boteco, tu botecas.
Papo de Boteco. Papo de esquina, papo de beira de rio.
Conversa de ribanceiras, ao sabor da brisa do rio.
Neste barracão, no tempo dos castanhais, o rio e a pequena cidade, inventando verdades, dançando na boca da noite.
Noites em que o céu era de verdade.
Bastava olhar, as estrelas chamando pra cima a atenção, descendo clarão.
À beira do rio, que trazia botos sedutores de mocinhas, o candiru que elas temiam. A buiuna e o “nego-d´água”, emergendo do rio, nas noites de lua.
Leva sonhos e ilusões, afoga algumas. Mas ficam lembranças, agora revividas nas mesas do Barracão – papo de boteco.
Diogo Martins
12 de maio de 2014 - 10:28Bom dia,
Você poderia informar o telefone de contato do bar?
Marcus
1 de abril de 2014 - 11:43em que altura da orla fica esse bar?
agenor garcia
31 de março de 2014 - 11:16Caro Hiroshi,
Enfim, um bar. Gosto de bares, desde quando pude pedir uma cerveja sem medo do juiz de menor, que ao meu tempo de menino, podia pedir documentos para aqueles imberbes que então já frequentavam bares. Neles era permitido fumar, veja só como os tempos mudam. E ao redor daquelas mesas, quantas revoluções lutamos, quantos poemas cometemos escritos em guardanapos, quantos amores, quantas dores e quantas ressacas cumprimos depois.
Enfim, um bar. Tomara que bons papos voltem e cubram a pauta da noite. Que as madrugadas venham devagar. Que a bebida seja generosa e honesta. Que as comidinhas de boteco possam tirar o nosso gosto, digamos assim. E que as novidades sejam boas, toda noite..
Anos a fio, foi assim no Bar do Parque, onde minhas noites de Belém eram regadas pela cerpinha e pela inteligência de Rui Barata, Gleodon Gondim, Luis Otávio, Natsuo, músicos como Nego Nelson, Walter Bandeira, e tanta gente da noite, essa gente..
A gente se vê, qualquer noite destas no Barracão.
Agenor Garcia
jornalista