BAPLuiz Eduardo Baptista, o “Bap” (foto),  vice-presidente de marketing do Flamengo e presidente da Sky, garante: o Mengão, ao final de 2014, será o clube que mais arrecadará dinheiro no Brasil.

É mais ousado: quer  incluí-lo,  em poucos anos, na lista dos dez maiores clubes arrecadadores do mundo.

“O potencial de trabalho da marca é tão grande que não temos dúvida que irá acontecer.  O Flamengo vai ter a maior arrecadação do Brasil. Ponto. O que a gente tem dúvida é ‘quando’. Mas vai ser em 2014”, garante, convicto da força apaixonante dos 39 milhões de torcedores rubro-negros.

Contagiante entrevista de “Bap”  à revista  “Época Negócios”,  referenda o otimismo de uma equipe de executivos que assumiu o comando do Flamengo com a missão de transformá-lo na grandiosidade  onde  já deveria estar plainando, não fossem as administrações incompetentes e de saqueadores, que passaram pelo clube mais amado do Brasil, nas últimas três décadas.

Alguns trechos da entrevista:

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Desde o começo da nova gestão, o Flamengo tem um foco muito claro em reestruturação de dívidas, das finanças. Qual o papel do departamento de marketing nesse processo?
Entendo que o departamento de marketing é absolutamente fundamental na nova gestão do Flamengo, na medida em que a quase totalidade de receitas incrementais que o clube pode obter é do departamento de marketing. Patrocínios, sócio-torcedor e licenciamento de produtos. Então nós estamos trabalhando 24 horas por dia, sete dias por semana, para fazer com que isso aconteça com o tempo. Em 25 dias de gestão, já conseguimos fechar com a Adidas o maior contrato de marketing esportivo da América Latina, que colocou o Flamengo como sendo um dos cinco clubes mais importantes do mundo para a Adidas, e fechamos com a Peugeot. E haverá mais notícias boas para o torcedor rubro-negro.

 

No marketing, quais são as primeiras prioridades?
É aumento de receita. Eu diria que são patrocínios e o programa de sócio-torcedor com toda certeza.

 

E o que a Peugeot escreveu em nota oficial sobre estar na frente da camisa até abril e depois passar para as costas? O que eles quiseram dizer?
A Peugeot foi bonificada por ser o primeiro patrocinador, além da Adidas, que vai estampar marca na camisa. Como temos um contrato com a Olympikus que vai até o dia 30 de abril, nós concedemos o espaço máster da camisa da Olympikus, que não estava vendido, à Peugeot, como bonificação e como premiação por ter sido a primeira a aderir ao modelo de marketing que estamos propondo. A partir de 1º de maio, a Peugeot vai estampar as costas da camisa do Flamengo.

 

Você havia dito antes da posse que potenciais patrocinadores estavam na arquibancada vendo o Flamengo “maltratar” seus patrocinadores. A própria Olympikus não teria sido bem tratada nessa transição para a Adidas. O que irá mudar no trato com os patrocinadores? Como entregar mais retorno?
Primeiro, tem uma coisa que está implícita no contrato que é o seguinte: nós fizemos um contrato com a Adidas de dez anos e um com a Peugeot por três. Quando você não quer ter uma relação duradoura, você não fecha contratos tão longos, está certo? Este é o primeiro sinal. O segundo sinal é a ativação que estamos fazendo. Eu, daqui a pouco, terei que trocar um dos meus carros, e este carro irá levar meus filhos à escola. Seguramente será um carro da Peugeot. Vou comprar um carro da Peugeot. Então, para dar um exemplo, vamos de alguma maneira deixar claro para a torcida que, olha, a prioridade é Peugeot.

 

Incentivar o torcedor a comprar Peugeot, porque à Peugeot interessa vender carro.
É óbvio, é óbvio. É a parte chamada de ativação, mais comumente, no mercado de marketing.

 

Como ele beneficia exatamente o Flamengo? Como vocês vão usar as informações sobre o torcedor?
O torcedor se cadastra e demonstra uma vontade inequívoca de se relacionar. Vamos manter uma relação mais próxima com aquela fração dos 39 milhões que tem interesse em estar se relacionando com o Flamengo, com seus assuntos e contribuindo com o clube.

 

Em relação às lojas, o Flamengo tem algum plano traçado?
Estamos revisando isso exatamente agora. Temos um modelo que chamamos internamente de modelo de franquias, e ele está sendo revisitado. Vão haver regras. Os franqueados serão parceiros do Clube de Regatas do Flamengo. Eles vão ser compensados financeiramente, vão ganhar para vender os produtos que interessam ao Flamengo vender. Não apenas aqueles que eles colocam em suas lojas.

 

Um dos planos também era criar um dia nacional do cadastro rubro-negro, com uma meta de cadastrar 1 milhão de torcedores no primeiro ano. Como está o projeto?
Está de vento em popa e vocês saberão na hora certa. Ele sairá em breve. Não vai demorar.

 

Há um prazo? Três meses? Seis?
Antes disso.

 

O Corinthians fez uma parceria com a SPR, e ela faz a operação da rede de franquias. Com vocês a ideia é seguir o mesmo modelo ou seguir outro caminho?

Depende. Tem aspectos muito interessantes desse modelo e outros que não são tão interessantes. Vamos tentar traçar um caminho nosso, mas não vamos reinventar a roda, está certo? O que está sendo feito e está dando certo evidentemente será considerado.

 

Você também já chegou a falar que o Barcelona em 2003 ou 2004 era um clube que estava financeiramente mal e hoje é referência. No Flamengo, em termos de planejamento de longo prazo, quais as metas?
No Flamengo, pela dimensão, pela relevância e pela paixão que ele desperta, tudo é para ontem. Mas eu diria que a partir de 2014 nós vamos ser o clube de maior arrecadação do Brasil. Até 2015 ou 2016, queremos estar entre as dez maiores arrecadações do mundo. O Flamengo tem que pensar grande, e não nos falta potencial. É evidente que isso depende de alguns resultados dentro do campo, mas achamos que o potencial de trabalho da marca é tão grande que não temos dúvida que irá acontecer. Não é “se” vai acontecer. O Flamengo vai ter a maior arrecadação do Brasil. Ponto. O que a gente tem dúvida é “quando”. Mas vai ser em 2014.

 

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AQUI, a entrevista completa.