Numa curva da BR-222, próximo ao Residencial Tiradentes, a 8 km de Marabá, um acidente automobilístico tirou a vida do ex-jogador Aru, guerreiro indígena da etnia Gavião Kyikatejê.

O veículo dirigido pelo atleta, um Celta,  se chocou com um caminhão, ficando praticamente todo danificado.

Aru não resistiu aos ferimentos e morreu preso às ferragens.

Paulo Aritana Sompre, conhecido como Aru, tinha 31 anos.

Ele era um dos líderes do Gavião Kyikatejê – nome do clube e da tribo que fica no município de Bom Jesus do Tocantins, distante cerca de 30 quilômetros.

O Kyikatejê foi o primeiro time indígena a disputar a elite de um estadual no futebol brasileiro, estreando no Campeonato Paraense no dia 12 de janeiro de 2014.

Aru e o irmão Ubirajara Sompré, ex-vereador de Marabá.

Naquela tarde de domingo, a equipe perdeu por 2 a 1 para o Paysandu, na Curuzu, mas Aru, com o corpo pintado – o preto de guerra e o vermelho de força e vontade, como ele mesmo explicou -, seguindo as tradições do seu povo, marcou o gol histórico para o Gavião, fundado em 2009 (foto ao alto da matéria).

Naquele Parazão, Aru marcou 10 gols e foi o artilheiro do Gavião Kyikatejê.

Em seguida, se transferiu para o Tanabi-SP, e ainda passou por Palmas-TO, Imperatriz, Águia e Parauapebas, antes de retornar ao time indígena em 2016, sem repetir o sucesso de antes, porém, manteve a admiração por parte da sua tribo.

Hoje o Kyikatejê disputa a Segunda Divisão estadual.

O corpo do atacante, que estava sozinho no carro no momento do acidente, já foi liberado do Instituto Médico Legal (IML).

De acordo com familiares de Aru, ele retornava de Marabá para a aldeia em Bom Jesus do Tocantins, onde acontecem jogos indígenas.

O motorista do caminhão fugiu após o acidente e ainda não foi identificado.

Aru participando dos Jogos Indígenas, no torneio da Tora