O poster tenta imaginar o dia seguinte ao Plebiscito.

No caso de uma rejeição à proposta de criação dos Estados de Carajás e Tapajós, o que restará  do relacionamento das sociedades Sul/Sudeste/Oeste com a predominada Região Metropolitana de Belém ?

Dificil prever as consequencias do embate em torno da divisão do Pará.

De imediato, é possivel assegurar que a relação política jamais será a mesma, engasgada a posteriori por feridas profundas.

Juridicamente, prevalecendo o Não, a integridade territorial do Estado será mantida à custa de uma divisão social reimosa -, e literalmente fustigada.

No momento, a expressão viva dos movimentos sociais e das entidades de classe regionais avolumam a expressão de suas demandas numa demonstração de total oposição a tudo que sopra da capital.

É como se estivessemos sentindo em terras amazônicas a repetição de alguma Intifada sem pedras, carregada por ressentimentos esprituais e morais, revigorando um papel político até então nunca consolidado no peito de jovens, adultos e velhos, de todos as escalas da pirâmide.

Avant-premier dessa Guerra de Secessão pode ser medida em toda a extensão nas manifestações gravadas a todo instante nas redes sociais, criadas para defender a divisão do Estado.

Os comentários registrados num grupo específico do Facebook dedicado a esse fim, pelos coordenadores da campanha pelo Sim, ganham contornos de um conflito cujo enredo final deverá levar décadas para encontrar pacificação.

Enquanto os defensores da manutenção do estado territorialmente pleno emitem, de Belém, sinais de desprezo e desdém a tudo que se refere a criação de Carajás e Tapajós, as populações das duas regiões emancipacionistas se unem fervorosamente pela busca do anunciado sonho, formatando perspectiva de que, em futuro próximo – prevalecendo o Não -, nada será como antes.

O blog sente esse clima beligerante, nas ruas, em cada palavra, gesto, e reação dos defensores dos dois novos estados, caracterizada por ofensas e perigosa rebeldia a “elite da capital”.

Alguns nomes da política do Estado, abertamente comprometidos contra a divisão do Pará, já correm o risco de ter suas integridades físicas ameaçadas, caso teimem em percorrer algumas cidades mais politizadas das duas regiões, tal a envergadura de ressentimentos espraiados.

Imagine-se como estará o clima coletivo a partir da campanha do plebiscito!

Infelizmente, constrói-se um palco de guerra de difícil prognóstico final – a não ser a certeza de que, definitivamente, o Pará jamais será o mesmo, caso derrote as propostas divisionistas.