Frei Henri des Rosiers,  conhecido na sua luta contra o trabalho escravo e a favor dos trabalhadores rurais no Pará e Tocantins, faleceu na tarde deste domingo, às 14h30,  horário de Paris.

O sacerdote participou da missa às 11h.

Almoçou.

Foi para o quarto.

Ao chegar em seus aposentos,  faleceu repentinamente.

Frei Henri des Roziers  veio trabalhar na região conhecida como Bico do Papagaio com padre Josimo, Lourdinha, Mada e Bia, Adilar, Dom Celso e tantos outros.

Em 1991 se preparava para embarcar para a Guatemala. Ia trabalhar na América Central.

Contudo, com o assassinato de Expedido Ribeiro de Sousa ele mudou de ideia.

Foi para Rio Maria, onde permaneceu na região até 2013, depois de se mudar para Xinguara onde organizou o  escritório da CPT.

Aos 87 anos, o frade dominicano , que viveu no Brasil de 1979 a 2013. Formado em Direito, atuou como advogado da Comissão Pastoral da Terra em Goiás e no Pará.

Por defender os pequenos agricultores e os sem-terra do Pará, frei Henri foi ameaçado de morte na região de Xinguara (PA), onde residia, pelos fazendeiros locais.

Na lista dos “marcados para morrer”, a sua cabeça valia R$ 100 mil.

A da irmã Dorothy Stang, assassinada em 2005, R$ 50 mil.

Frei Henri atuou na condenação dos assassinos dos líderes sindicais João Canuto, morto em Rio Maria (PA) em 1985, e de seu sucessor, Expedito Ribeiro de Sousa, assassinado em 1991.

Em 1994, o dominicano foi condecorado com a Legião de Honra da França, e recebeu vários prêmios nacionais e internacionais por sua atuação em prol dos direitos humanos.

Devido a graves problemas de saúde, que dificultaram sua mobilidade, frei Henri retornou a Paris em 2013.

Em 2016 a editora Du Cerf, de Paris, lançou o livro de Sabine Rousseau, ainda inédito no Brasil, “Apaixonado por justiça”, que retrata a trajetória de frei Henri des Roziers.