Nas últimas duas semanas, Marabá ganhou mais duas unidades educacionais.

Uma creche e uma escola da 1a a 8a. séries, construídas na zona rural.

O importante não é apenas registrar o fato da entrega de mais escolas. Mas, ressalte-se, o quanto a educação do município avançou na qualificação de prédios dedicados ao setor.

As escolas entregues até agora pelo Salame, num total de 17 unidades,  seguem padrão defendido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que recentemente divulgou estudo denominado “Infraestrutura Escolar e Aprendizagens da Educação Básica Latino-americana”, indicando que a falta de bibliotecas, computadores, laboratórios de ciências, auditórios e quadras de esportes nas escolas prejudica a aprendizagem dos estudantes..

A análise feita a partir do Segundo Estudo Regional Comparativo e Explicativo (Serce), feito ainda em 2006, mostra que o desempenho dos alunos que estudam em ambientes com boa infraestrutura é superior ao dos que estão em escolas piores.

Os dados consideram os resultados de 200 mil alunos de 3ª e 6ª séries do ensino fundamental de 16 países da América Latina em provas de linguagens, matemática e ciências.

De acordo com o estudo, os estudantes de escolas urbanas sem ambientes acadêmicos adequados poderiam subir as médias de 506 pontos em provas de linguagens e 497 pontos em matemática para 525 pontos e 524 pontos, respectivamente, caso tivessem condições melhores de ensino.

Os alunos de colégios rurais, por sua vez, aumentariam as notas de 465 para 487 em linguagens, e de 480 para 497 em matemática.

“Nas provas do Serce, 20 pontos adicionais significam um quarto da diferença entre a obtenção de um nível insuficiente de aprendizagem e um nível adequado”, afirma o relatório do BID.

O estudo mostrou ainda a precariedade na infraestrutura das escolas da região e revelou que há grandes diferenças entre estabelecimentos urbanos e rurais,  públicos e privados.

O desempenho dos menos favorecidos é pior nas provas.

Na relação entre a infraestrutura escolar e os resultados acadêmicos dos estudantes, o estudo diz que os fatores que mais contribuem para bons desempenhos são: a presença de espaços de apoio ao ensino (bibliotecas, laboratórios de ciências e salas de computadores), a garantia de serviços públicos de eletricidade e telefonia, a existência de água potável, rede de esgoto e banheiros em número adequado.

“Todos os estudos feitos nessa área, apontam para a necessidade de se dar atenção à infraestrutura das escolas e aos recursos físicos delas para melhorar a aprendizagem. Há muito a ser feito nesse sentido”, diz o vereador Pedro Souza, ex-secretário de Educação de Marabá, idealizador do padrão de escolas construídas até agora pela prefeitura.

“O padrão de nossas escolas segue indicativo do BID: são construídas com bibliotecas, laboratórios, refeitórios, computadores, climatizadas, algumas com auditórios,  quadras de esportes e todas as construídas na zona rural possuem hortas comunitárias – até mesmo a escola Lúcia Bichara, na zona urbana, ganhou sua horta comunitária” narra o ex-secretário.

Cerca de 88% dos colégios da América Latina não têm laboratórios de ciências, 73% não têm refeitório, 65% não possuem salas de computação, 63% não oferecem salas de reuniões para os professores, 40% não possuem biblioteca e em 35% das instituições não há espaço para a prática de esportes – mostra estudo do banco.

“Além da construção de escolas de qualidade, a prefeitura tem feito esforços para construir e reformar, paralela às escolas novas ou já existentes, quadras poliesportivas. Agora mesmo, neste final de semana, quando o Salame entregar a escola Deuzita Melo Albuquerque, no bairro Laranjeiras, também entregaremos um ginásio totalmente reformado, ao lado da escola”, conta Pedro.

 

Outra revelação do BID:

Quando se compara as escolas usadas pelos mais favorecidos economicamente (as urbanas privadas) e pelos mais pobres (as rurais), as diferenças aumentam.

Enquanto, 81% das escolas privadas urbanas têm laboratório de informática, menos de 13% das escolas rurais possuem esses espaços.

No Brasil, menos de um terço dos colégios possuem salas com computadores disponíveis para a comunidade escolar e menos de 10% das escolas oferecem laboratório de ciências.

Argentina, Paraguai e Uruguai são os que possuem escolas com melhor estrutura física na América do Sul.

Em Marabá, nos três últimos anos, mais de 350 salas de aula foram climatizadas.

Abaixo, imagens das duas escolas entregues na zona rural, no dois últimos finais de semana.

 

Creche Quézia da Silva Sousa, inaugurada na Vila Sororó, a 35 km de Marabá.

Escola Km 35 4

Escola Km 35 5

 

Escola Km 35

Escola Km 35 6

Escola Km 35 7

 

Escola “Carlos Marighela”,  construída no Assentamento 26 de Março (antiga fazenda Cabaceiras), atende 183 alunos, filhos de famílias de agricultores familiares, que antes estudavam em um barracão de madeira.

O novo prédio é todo climatizado,  seis amplas salas de aula, salas de artes, informática e leitura, salas administrativas, auditório, cozinha, refeitório e banheiros.

Escola

 

Escola 26 março

 

 

Escola 26 março 3

 

Escola 26 março 4

 

Escola 26 março 5