As mulheres estão na construção civil, e não apenas em escritórios, mas literalmente com a “mão na obra”, como as que conduzem escavadeiras nas obras da Usina Hidrelétrica Belo Monte.
Dos quadros da parte civil do empreendimento, 8% são mulheres.
O percentual representa o dobro da média nacional registrada no setor, com pouco mais de 3% atualmente.
No mês que se encerra alusivo ao Dia Internacional da Mulher, três trabalhadoras de Belo Monte se destacam em conquistas diárias em um ambiente eminentemente masculino: a altamirense Aparecida Silva, 31; a capixaba Marluce Angiuski, 33; e a brasiliense Joelma Rocha, 36.
Elas contam que o começo foi difícil, mas os espaços das mulheres neste tipo de trabalho foram consolidados.
Há quatro anos e seis meses em Belo Monte, Marluce atua como técnica de Segurança do Trabalho.
Ela compartilha que, no começo, os mais experientes não acreditavam na sua capacidade, por ser mulher e muito jovem. “Com o tempo, e no jeito de solicitar, de chamar a atenção de forma adequada, conseguimos respeito”, relata.
Para a Aparecida Silva (foto abaixo), o trabalho foi ainda mais fácil, porque tinha o suporte da família em Altamira.
Ela é operadora de escavadeira hidráulica, função que não divide com outras mulheres.
“Sou única aqui. É um serviço que não considero pesado, mas que precisa de muita atenção”, avalia. Ela também diz que início muitos homens não a aceitavam. “Achavam que mulher não era capaz, mas hoje a maioria me aceita. Sou amiga de todos”, afirma.
Joelma Rocha, auxiliar de produção no viveiro de mudas de Belo Monte, divide o espaço com muitos homens no trabalho.
Ela descreve a atividade que executa como gratificante, porque é respeitada entre os colegas. “Inclusive, quando meu chefe não está, eu assumo a responsabilidade”, diz.