Dezesseis entre os 17 acusados de participação nas mortes de dez trabalhadores rurais, ocorridas na fazenda Santa Lúcia, em Pau D´Arco, em 24 de maio de 2017, foram pronunciados em sentença proferida nesta terça (19), pela  Vara Criminal da Comarca de Redenção. Com a decisão, eles serão submetidos ao Tribunal do Júri.

Entre os listados como envolvidos no crime, um acusado foi impronunciado na sentença, que possui cerca de 40 páginas.

Além dos assassinatos os acusados deverão responder ainda por associação criminosa, alteração da cena do crime e por crime de tortura.

Os crimes ocorreram após ação iniciada às 6h da manhã, em área que há poucos dias havia sido ocupada por 28 trabalhadores rurais.

PMs e agentes da Delegacia de Conflitos Agrários (DECA) disparam contra o grupo.

Ônibus com 30 policiais civis e militares foram encaminhados à fazenda Santa Lúcia, área denunciada como terras de grilagem, em cumprimento a mandados de prisão de suspeitos de envolvimento na morte de Marcos Batista Ramos Montenegro – um segurança da fazenda assassinado em 30 de abril de 2017.

Seis das armas dos 29 policiais civis e militares que participaram da ação efetivaram disparos, avaliou a perícia e investigações da Polícia Federal.

Indicou-se ainda que não havia indícios de que os trabalhadores rurais tenham atirado. A tese de confronto foi descartada e se configurou crime de execução.

Segundo o Ministério Público do Pará (MPPA), policiais chegaram a relatar que a versão de suposto confronto derivou de um “pacto” de envolvidos para justificar o ocorrido.

A chacina de Pau D’Arco é considerada a segunda maior ocorrida no campo brasileiro em 20 anos – segundo avaliação já emitida à época pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos.

Dos dez mortos, sete pertenciam à mesma família. Além dos dez trabalhadores mortos, duas outras pessoas feridas no episódio sobreviveram.